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Professores e estudantes da Ufam debatem adesão à greve de universidades e institutos federais

Decisão oficial de paralisação ou não das atividades acontecerá na quinta-feira (9) em uma assembleia geral

Amariles Gama
online@acritica.com
06/05/2024 às 18:59.
Atualizado em 06/05/2024 às 18:59

(Foto: Daniel Brandão)

Professores e alunos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) reuniram-se na tarde desta segunda-feira (6) para uma consulta sobre a possível adesão à greve das universidades e institutos federais. A decisão oficial de paralisação ou não das atividades acontecerá na quinta-feira (9) em uma assembleia geral.

Nesta semana, os professores favoráveis à greve estão em mobilização nacional para garantir votos em apoio à paralisação das universidades federais em todo o Brasil. Porém, na consulta de opinião durante a reunião desta segunda, houve a manifestação de 40 votos contrários à greve, 14 votos favoráveis e duas abstenções. Apenas professores podem votar.

O professor da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (FEFF), Cleverton José, defende que “este não é o momento de anunciar uma greve”. Segundo o professor, a paralisação neste momento poderia piorar questões enfrentadas pelos cursos da FEFF, como o não preenchimento das vagas ofertadas no vestibular, abandono de curso e o baixo índice de alunos graduados por ano.

Cleverton também cita o impacto nos projetos de ensino, graduação e extensão que têm como apoiadores financeiros instituições que não devem aderir à greve. Porém, segundo ele, por conta dos acordos, os prazos desses projetos devem ser obedecidos independentemente da paralisação ou não das atividades.

“É claro que para mim, como professor do ensino superior, é urgente que as nossas necessidades sejam atendidas, desde a infraestrutura, transporte e todos os aspectos referentes à nossa formação profissional e dos nossos estudantes. Mas, nós temos que construir esse momento até que se esgotem as alternativas. Nós estamos de acordo com os nossos colegas, mas é preciso amadurecer essa proposta de fazer greve”, disse o professor.

A greve das universidades e institutos federais é motivada, segundo os apoiadores, pelas dificuldades que o setor da educação vem enfrentando. Entre as reivindicações estão investimentos e melhorias na infraestrutura dos prédios, no transporte e segurança dentro dos campi. Além de um plano de carreira e reajuste salarial para os educadores do ensino superior, que é o foco principal da mobilização.

A última proposta apresentada pelo governo no dia 19 de abril não agradou a Associação dos Docentes da Ufam (Adua) e foi classificada por alguns professores como “vexatória”. Após votação, a associação decidiu rejeitar a proposta do governo.

Conforme a Adua, a proposta não garantiu reajuste para os professores do ensino superior em 2024, oferecendo reajuste de 9% em 2025 e 3,5% em 2026. A proposta manteve reajuste do auxílio-alimentação (de R$ 658 para R$ 1.000); assistência pré-escolar (de R$ 321 para R$ 484,90) e saúde suplementar (o valor per capita pode ser reajustado em 51%, dependendo do escalonamento).

A 1ª vice-presidente da região Norte da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), professora Ana Lúcia Gomes, afirma que houve muitas perdas orçamentárias para o setor da educação ao longo dos anos. Visto isso, os apoiadores da greve não falam de aumento, mas sim de uma “recomposição salarial”.

Ana Lúcia destaca ainda que a universidade está com um repasse orçamentário referente ao ano de 2022. Entre os problemas enfrentados para manter as atividades, ela cita a precariedade das salas de aula, que apresentam dificuldades como a falta de ar condicionado, a presença de mofo nas paredes e goteiras no teto.

“Se a maioria disser sim [à greve], nós vamos compor esse comando nacional de mobilização e vamos fazer atividades no sentido de mostrar à sociedade o motivo dessa greve estar acontecendo. Se a maioria disser que não, nós vamos continuar nossas atividades, mas nós que somos do movimento vamos tentar de alguma forma auxiliar nossos colegas que já estão em greve”, explicou Ana Lúcia.

Até o momento, segundo Ana Lúcia, pelo menos 47 instituições federais já aderiram à greve em todo o país. Além das universidades federais, institutos federais e centros federais de educação tecnológica também resolveram paralisar as atividades.

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