Decisão oficial de paralisação ou não das atividades acontecerá na quinta-feira (9) em uma assembleia geral
(Foto: Daniel Brandão)
Professores e alunos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) reuniram-se na tarde desta segunda-feira (6) para uma consulta sobre a possível adesão à greve das universidades e institutos federais. A decisão oficial de paralisação ou não das atividades acontecerá na quinta-feira (9) em uma assembleia geral.
Nesta semana, os professores favoráveis à greve estão em mobilização nacional para garantir votos em apoio à paralisação das universidades federais em todo o Brasil. Porém, na consulta de opinião durante a reunião desta segunda, houve a manifestação de 40 votos contrários à greve, 14 votos favoráveis e duas abstenções. Apenas professores podem votar.
O professor da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (FEFF), Cleverton José, defende que “este não é o momento de anunciar uma greve”. Segundo o professor, a paralisação neste momento poderia piorar questões enfrentadas pelos cursos da FEFF, como o não preenchimento das vagas ofertadas no vestibular, abandono de curso e o baixo índice de alunos graduados por ano.
Cleverton também cita o impacto nos projetos de ensino, graduação e extensão que têm como apoiadores financeiros instituições que não devem aderir à greve. Porém, segundo ele, por conta dos acordos, os prazos desses projetos devem ser obedecidos independentemente da paralisação ou não das atividades.
A greve das universidades e institutos federais é motivada, segundo os apoiadores, pelas dificuldades que o setor da educação vem enfrentando. Entre as reivindicações estão investimentos e melhorias na infraestrutura dos prédios, no transporte e segurança dentro dos campi. Além de um plano de carreira e reajuste salarial para os educadores do ensino superior, que é o foco principal da mobilização.
A última proposta apresentada pelo governo no dia 19 de abril não agradou a Associação dos Docentes da Ufam (Adua) e foi classificada por alguns professores como “vexatória”. Após votação, a associação decidiu rejeitar a proposta do governo.
Conforme a Adua, a proposta não garantiu reajuste para os professores do ensino superior em 2024, oferecendo reajuste de 9% em 2025 e 3,5% em 2026. A proposta manteve reajuste do auxílio-alimentação (de R$ 658 para R$ 1.000); assistência pré-escolar (de R$ 321 para R$ 484,90) e saúde suplementar (o valor per capita pode ser reajustado em 51%, dependendo do escalonamento).
A 1ª vice-presidente da região Norte da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), professora Ana Lúcia Gomes, afirma que houve muitas perdas orçamentárias para o setor da educação ao longo dos anos. Visto isso, os apoiadores da greve não falam de aumento, mas sim de uma “recomposição salarial”.
Ana Lúcia destaca ainda que a universidade está com um repasse orçamentário referente ao ano de 2022. Entre os problemas enfrentados para manter as atividades, ela cita a precariedade das salas de aula, que apresentam dificuldades como a falta de ar condicionado, a presença de mofo nas paredes e goteiras no teto.
Até o momento, segundo Ana Lúcia, pelo menos 47 instituições federais já aderiram à greve em todo o país. Além das universidades federais, institutos federais e centros federais de educação tecnológica também resolveram paralisar as atividades.