Infraestrutura

Moradores da Sharp relatam prejuízos com forte chuva

Além do acidente envolvendo um micro-ônibus, população perde bens materiais com a subida do igarapé devido as precipitações

Lucas Motta
online@acritica.com
06/05/2024 às 12:26.
Atualizado em 06/05/2024 às 14:12

A falta de trafegabilidade na região não afeta apenas motoristas (Foto: Daniel Brandão/Freelancer/ACrítica)

Moradores da rua Rio Gregório, antiga Q, local onde um micro-ônibus que fazia rota de trabalhadores para o Distrito Industrial, caiu dentro de uma cratera durante a forte chuva da madrugada desta segunda-feira (6), denunciam há cerca de um ano constantes alagamentos nas vias da comunidade da Sharp, bairro Armando Mendes, zona Leste de Manaus.

O local não é o único atingido pela subida do nível do igarapé que corta a comunidade. O autônomo Elmir Rocha teve que se mudar há quatro anos, após perder boa parte dos itens pessoais e eletrodomésticos quando a água invadiu a casa onde ele morava junto com o filho. Não bastasse o prejuízo da perda, agora ele mora em uma casa alugada. 

“Todo o inverno aqui no bairro é a mesma coisa e ninguém toma alguma providência. Nem precisa chover muito pra transbordar. Tem dez anos que o igarapé transborda e ninguém faz nada” comentou Elmir.

Os acidentes envolvendo veículos são constantes, segundo Elmir. No fim de março deste ano um carro particular caiu na mesma cratera que causou o acidente com o micro-ônibus. Por outro lado, a falta de trafegabilidade na região não afeta apenas motoristas.

Elmir Rocha, autônomo (Foto: Daniel Brandão/Freelancer/ACrítica)

O autônomo David Meireles mora sozinho em uma casa de madeira próximo ao igarapé. O jovem possui mobilidade reduzida, após sofrer um acidente. Ele está com a perna direita repleta de hastes metálicas por causa do sistema de fixação usado no tratamento da fratura.  A situação piora já que se torna praticamente impossível pra ele sair. 

“Moro aqui há três anos já e a situação é essa aqui, muita água. Nessa última noite eu nem dormi por causa da chuva” disse o rapaz.

A dona de casa Livia Mouhmé disse que a situação na comunidade ficou ainda mais crítica há cerca de um ano. Ela informou que não é preciso chuvas muito fortes ou duradouras para que as ruas perto do igarapé sejam invadidas pela água.

Uma comerciante local que não quis ser identificada reclamou sobre os prejuízos para o comércio onde trabalha. Apesar de estar um pouco acima do nível da rua, quando o alagamento acontece a água entra no estabelecimento e estraga prateleiras. 

Condutores fazem manobras para não caírem na cratera (Foto: Daniel Brandão/Freelancer/ACrítica)

Os moradores procuram pela Prefeitura de Manaus com frequência há cerca de um ano, segundo Livia. A dona de casa disse que a reposta é sempre a mesma “um engenheiro será mandado, mas ele nunca aparece”.

Na última semana quem sofre com a situação fechou a rua Gregório com madeiras para protestar e evitar que outros acidentes acontecessem. A Polícia Militar foi acionada e determinou a liberação da via. 

“Aqui faz parte da área do Prosamin, mas ele avança por etapas. Até agora a prefeitura não apareceu. Quando chove muito a água sobe a rua, aqui em casa eu tô no prejuízo, minha mãe também” lamentou a moradora.

A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Infraestrura (Seminf). Por meio de nota, a pasta informou "que equipes realizam manutenções paliativas, uma vez que a área pertence ao novo projeto do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), de responsabilidade do governo do Estado".

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