Além do acidente envolvendo um micro-ônibus, população perde bens materiais com a subida do igarapé devido as precipitações
A falta de trafegabilidade na região não afeta apenas motoristas (Foto: Daniel Brandão/Freelancer/ACrítica)
Moradores da rua Rio Gregório, antiga Q, local onde um micro-ônibus que fazia rota de trabalhadores para o Distrito Industrial, caiu dentro de uma cratera durante a forte chuva da madrugada desta segunda-feira (6), denunciam há cerca de um ano constantes alagamentos nas vias da comunidade da Sharp, bairro Armando Mendes, zona Leste de Manaus.
O local não é o único atingido pela subida do nível do igarapé que corta a comunidade. O autônomo Elmir Rocha teve que se mudar há quatro anos, após perder boa parte dos itens pessoais e eletrodomésticos quando a água invadiu a casa onde ele morava junto com o filho. Não bastasse o prejuízo da perda, agora ele mora em uma casa alugada.
Os acidentes envolvendo veículos são constantes, segundo Elmir. No fim de março deste ano um carro particular caiu na mesma cratera que causou o acidente com o micro-ônibus. Por outro lado, a falta de trafegabilidade na região não afeta apenas motoristas.
Elmir Rocha, autônomo (Foto: Daniel Brandão/Freelancer/ACrítica)
O autônomo David Meireles mora sozinho em uma casa de madeira próximo ao igarapé. O jovem possui mobilidade reduzida, após sofrer um acidente. Ele está com a perna direita repleta de hastes metálicas por causa do sistema de fixação usado no tratamento da fratura. A situação piora já que se torna praticamente impossível pra ele sair.
A dona de casa Livia Mouhmé disse que a situação na comunidade ficou ainda mais crítica há cerca de um ano. Ela informou que não é preciso chuvas muito fortes ou duradouras para que as ruas perto do igarapé sejam invadidas pela água.
Uma comerciante local que não quis ser identificada reclamou sobre os prejuízos para o comércio onde trabalha. Apesar de estar um pouco acima do nível da rua, quando o alagamento acontece a água entra no estabelecimento e estraga prateleiras.
Condutores fazem manobras para não caírem na cratera (Foto: Daniel Brandão/Freelancer/ACrítica)
Os moradores procuram pela Prefeitura de Manaus com frequência há cerca de um ano, segundo Livia. A dona de casa disse que a reposta é sempre a mesma “um engenheiro será mandado, mas ele nunca aparece”.
Na última semana quem sofre com a situação fechou a rua Gregório com madeiras para protestar e evitar que outros acidentes acontecessem. A Polícia Militar foi acionada e determinou a liberação da via.
A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Infraestrura (Seminf). Por meio de nota, a pasta informou "que equipes realizam manutenções paliativas, uma vez que a área pertence ao novo projeto do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), de responsabilidade do governo do Estado".